Ir. Maicon Donizete Andrade Silva, fms
Encantar-se, apaixonar-se, deixar-se mover pelo belo, eis a dinamicidade existencial que tece a vida humana e conclama a um caminhar.
Encanto, palavra simples e
singela, doce voz que fala ao coração. Encantar-se é admirar-se com o emaranhado
da existência, do mais simples ao mais complexo. É deixar-se mover por aquilo é
belo e pelo diverso que nos arrodeia. É deixar-se mover por aquilo que nos
preenche e nos faz sentir-nos mais pessoa.
O encanto é o convite à ação
contemplativa. Significa enamorar-se com a vida, com aquilo que nos envolve e
nos seduz. É a atitude de espanto alegre e admiração pelo que existe. É deixar-se
seduzir por aquilo que se coloca à nossa frente.
O encanto pela vida brota de
corações apaixonados; corações que se direcionam aos horizontes da existência,
ainda talvez inexplorados, mas que guardam em si uma bela e imensurável
capacidade de transcender a própria realidade.
Talvez no encanto se guarde a
memória dos grandes sonhadores. Esses, com certeza, conseguiram captar e perceber
a essência fundamental da existência. Mesmo em meio às ações e contradições da
história, o encanto é a capacidade de viver profundamente, com os pés calcados
no chão da realidade, mas com o coração direcionado rumo ao horizonte da vida.
Sejamos nós também enamorados
pela vida e pelo que nela há de belo. O simples nos ajuda a perceber que o
encanto não está longe, mas se coloca diante dos nossos olhos, mostrando que a
vida é o lugar privilegiado da realização; é o bojo que congrega sonhos e
esperanças.
Em suma, encantar-se é colocar-se
diante de um caminho que tem ponto de partida, mas não de chegada. Quem sabe as
belezas do caminho nos ajudem a contemplar os encantos dessa peregrinação rumo
ao horizonte, que nos convida a olhar para frente e a dar passos rumo a uma
busca infinita.