quinta-feira, 9 de agosto de 2012

É por amor!

Zé Vicente, grande poeta e músico nordestino

É por amor!
Sim, é por amor à vida que cantamos
e tantas vezes choramos também.

É por amor à vida que estamos lutando
e vamos andando lentamente para buscar a luz
e a liberdade das manhãs de sol!

É por amor!
Sim, é por amor à vida, evidentemente,
que encaramos de frente essa imensa dor
que se nos impõe nesse reinado amargo do ódio presente!

É por amor à vida
que estamos nas ruas, nas praças, nas estradas
e gritamos palavras de ordem de uma nova ordem!

Sim, é por amor
É por amor à vida que marchamos nas madrugadas
De lua nova levando nos braços a fúria das tempestades
Prontos a resgatar a terra que nos tomaram.

Vamos replantar as flores e as sementes
Que há séculos estão em cio!

É por amor!
Sim, é por amor à vida que profundamente doloridos
recolhemos em nossos braços
os que foram brutalmente feridos
e quando já não podemos devolver-lhes a respiração
nós comungamos de seu sangue e os fazemos ressuscitar
em milhares de vidas e sorrisos!

É por amor!
Sim, é por amor à vida que escrevemos nas pedras
os poemas da esperança rebelde
que pichamos nos muros e nas portas
as frases corajosas de um futuro novo
que dançamos nas festas de sábado
no batuque do carnaval de um povo livre!

É por amor que nos abraçamos
Que nos beijamos na esquina e já não tememos
Andar de braços dados seguindo a bandeira da paz
E da ternura consequente!
É por amor!
Sim, é por amor à vida
Que desesperadamente amamos!


domingo, 22 de julho de 2012

Encantar-se com o belo da existência

Ir. Maicon Donizete Andrade Silva, fms

Encantar-se, apaixonar-se, deixar-se mover pelo belo, eis a dinamicidade existencial que tece a vida humana e conclama a um caminhar.

Encanto, palavra simples e singela, doce voz que fala ao coração. Encantar-se é admirar-se com o emaranhado da existência, do mais simples ao mais complexo. É deixar-se mover por aquilo é belo e pelo diverso que nos arrodeia. É deixar-se mover por aquilo que nos preenche e nos faz sentir-nos mais pessoa.
O encanto é o convite à ação contemplativa. Significa enamorar-se com a vida, com aquilo que nos envolve e nos seduz. É a atitude de espanto alegre e admiração pelo que existe. É deixar-se seduzir por aquilo que se coloca à nossa frente.

O encanto pela vida brota de corações apaixonados; corações que se direcionam aos horizontes da existência, ainda talvez inexplorados, mas que guardam em si uma bela e imensurável capacidade de transcender a própria realidade.
Talvez no encanto se guarde a memória dos grandes sonhadores. Esses, com certeza, conseguiram captar e perceber a essência fundamental da existência. Mesmo em meio às ações e contradições da história, o encanto é a capacidade de viver profundamente, com os pés calcados no chão da realidade, mas com o coração direcionado rumo ao horizonte da vida.

Sejamos nós também enamorados pela vida e pelo que nela há de belo. O simples nos ajuda a perceber que o encanto não está longe, mas se coloca diante dos nossos olhos, mostrando que a vida é o lugar privilegiado da realização; é o bojo que congrega sonhos e esperanças.
Em suma, encantar-se é colocar-se diante de um caminho que tem ponto de partida, mas não de chegada. Quem sabe as belezas do caminho nos ajudem a contemplar os encantos dessa peregrinação rumo ao horizonte, que nos convida a olhar para frente e a dar passos rumo a uma busca infinita.



sábado, 21 de julho de 2012

Ser humano - um ser de possibilidades

Nascemos para manifestar a glória de Deus que existe dentro de nós...

O nosso medo mais profundo não é sermos inadequados. O nosso medo mais profundo é que o nosso poder seja incomensurável. É a nossa luz e não a nossa escuridão que nos assusta. Perguntamo-nos, quem somos nós para sermos tão brilhantes, grandiosos, talentosos e maravilhosos? Na verdade, porque não haveríamos de sê-lo? Somos filhos de Deus.

A nossa pequenez não serve o mundo. Não faz sentido encolhermo-nos de tal maneira que ninguém se sinta seguro ao nosso lado. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus que existe em nós. Não apenas em alguns de nós, mas em todos. E quando permitimos que a nossa luz brilhe, inconscientemente damos aos outros permissão para fazerem o mesmo. Conforme nos libertamos dos nossos medos, a nossa presença liberta automaticamente os demais.

Do livro “Regresso ao Amor” de Marianne Williamson (texto citado por Nelson Mandela no seu discurso inaugural em 1994)
"O nosso medo mais profundo não é sermos inadequados. O nosso medo mais profundo é que o nosso poder seja incomensurável. É a nossa luz e não a nossa escuridão que nos assusta.

Perguntamo-nos, quem somos nós para sermos tão brilhantes, grandiosos, talentosos e maravilhosos? Na verdade, porque não haveríamos de sê-lo? Somos filhos de Deus.
A nossa pequenez não serve o mundo. Não faz sentido encolhermo-nos de tal maneira que ninguém se sinta seguro ao nosso lado.
Nós nascemos para manifestar a glória de Deus que existe em nós. Não apenas em alguns de nós, mas em todos.

E quando permitimos que a nossa luz brilhe, inconscientemente damos aos outros permissão para fazerem o mesmo.
Conforme nos libertamos dos nossos medos, a nossa presença liberta automaticamente os demais."
Do livro “Regresso ao Amor” de Marianne Williamson (texto citado por Nelson Mandela no seu discurso inaugural em 1994)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Entre versos e esperanças

“A esperança serve para dar alegria aos tristes. Ela é uma estrela. Estrelas não aparecem durante o dia. Estrelas só brilham durante a noite. Somente aqueles que caminham de noite podem vê-las. As estrelas estão muito longe. São inatingíveis. É possível que muitas das estrelas nem mais existam... ‘Mas o que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem? ’. Aqueles que vêem as estrelas ora são chamados de poetas, ora de profetas.”

“A esperança vê o que não existe no presente. Existe só no futuro, na imaginação. A imaginação é o lugar onde as coisas que não existem, existem. Este é o mistério da alma humana: somos ajudados pelo que não existe. Quando temos esperança, o futuro se apossa dos nossos corpos. E dançamos. Quem é possuído pela esperança fica grávido de futuros.”.

“O mais surpreendente nisso tudo é que a estrela inacessível tem um rosto de criança... Aqueles que ouvem a melodia do futuro plantam árvores a cuja sombra nunca se assentarão. Mas não importa. Eles se alegram imaginando que as crianças amarrarão balanços nos seus galhos...”

(Fragmentos do livro Perguntaram-me se acredito em Deus, de Rubem Alves, São Paulo: Planeta, 2007, p.83-87).