quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Comunhão - Ecumenismo

Criados pelo amor e chamados à comunhão

Ir. Maicon Donizete Andrade Silva. fms

Deus nos criou seres humanos, homem e mulher, a sua imagem e semelhança, em pé de igualdade, para que nos complementemos numa vida de comunhão e nos tornemos gente nova, construtores de relações humanizantes.

Jesus apresentou-nos uma nova proposta de vida. Diferente de toda uma sociedade moldada pelas injustiças sociais, exclusão e pobreza, propôs um novo “jeito de viver” que significava a superação de toda forma de injustiça. Sua palavra de ordem foi bastante simples, mas significou uma verdadeira revolução na sociedade de seu tempo. Podemos dizer que sua mensagem de vida se traduziu no que chamamos AMOR. Eis aí a essência do Evangelho. É uma boa notícia que nos convida a construirmos um mundo novo, verdadeiro sinal do Reino de Deus que vai se construindo em nosso meio.

Como cristãos, seguidores do jovem de Nazaré, acreditamos nessa utopia, pois toda vez que a dignidade humana é valorizada, o amor é cultivado e a vida é respeitada, é o próprio Reino que vai dando sinais de que já está se fazendo entre nós. Essa é a certeza do próprio Jesus vivo e ressuscitado que caminha no meio de nós e nos anima a caminharmos, como juventude que sonha e acredita nesse ideal do Reino que é de Deus e nosso também.

Para falar de ecumenismo podemos utilizar-nos de uma passagem da carta de Paulo aos Gálatas que diz: “não há judeu nem grego, não há esvravo nem livre, não há homem nem mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus”(Gl 3, 27-28). Esse trecho nos ajuda a compreendermos a centralidade da mensagem evangélica que é mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus nos apresenta um Deus que faz a opção pelos marginalizados e propõe a comunhão como projeto de vida para as pessoas. Paulo nos ajuda a perceber que o Reino, por essência, é caminho de superação das desigualdades sociais e de toda forma de desrespeito nas relações, seja em nível cultural, étnico, religioso, gênero...

Essa reflexão nos possibilita pensarmos um pouco sobre ecumenismo e sua importância. A palavra vem do grego “oikoumene”, do qual temos o "oikos", que significa “casa comum”, a “terra habitada”. Precisamos absorver o real sentido dessas palavras como meio de superarmos qualquer forma de visão que conduza a exclusivismos. Reconhecendo as diferenças que existem, precisamos buscar os elementos que nos unam e, a partir das riquezas da diversidade, construir comunhão. Cristo nos une em torno de um projeto comum e nos chama a sermos construtores dessa “casa comum”.

Um caminho para efetivar o ecumenismo seria buscarmos unir forças em torno de objetivos comuns como promoção e defesa da vida, cuidado com o planeta, cuidado com as pessoas e o cultivo da solidariedade nas relações. Ao reconhecermos que, mais do que as barreiras religiosas que construímos, existe um projeto maior chamado Reino de Deus que nos chama à comunhão, estaremos abertos a gestar um novo modo de vida, reconhecendo que o Deus que Jesus nos apresentou é amor e bondade, alguém que peregrina e caminha junto a seu povo, que se faz sinal de comunhão em meio à humanidade para conduzi-la a essa mesma comunhão.

Por isso afirmamos: Deus é Pai e Mãe que nos ama com ternura especial e deseja que vivamos como sinais visíveis desse mesmo amor. Está sempre a nos convidar a gozarmos dessa afeição paternal e maternal, de forma que, unidos em torno da casa que nos é comum, façamos do lugar onde habitamos um solo sagrado onde o Deus-amor-comunhão faz sua morada.

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